Muito boa tarde senhores, ficamos uma semana desatualizados por conta de alguns probleminhas pessoais, os quais ainda não se resolveram mas caminham para isso. Não irei desaponta-los essa semana, por isso trago um artigo interessante: a PASAM a Mauser C96 Brasileira, quem me apresentou a arma foi meu “Irmão em Armas” Daniel Sanábria, e pediu para que escrevesse este artigo que segue abaixo.
“A Mauser C96, em 7,63x25mm Mauser, foi uma arma extremamente popular, principalmente nos anos 20 e 30. Os últimos exemplares desta pistola foram produzidos em 1938, e por isso é uma arma difícil de ser encontrada, exceto no Brasil, em que a PMERJ tinha em seus arsenais, até os anos 80, um número ainda razoável desta pistola.
As Mausers utilizadas pela PMERJ eram de um tipo conhecido como “Schnellfeuer-pistole”, ou, pistola automática, seu modelo introduzido pela Waffenfabrik Mauser, no inicio dos anos 30, possuía seletor de tiro, de semi automático e automático. Esta pistola veio a tona para competir com as cópias espanholas, feitas pela Royal e Astra, que, diferentemente do projeto original, possuía esse seletor de tiro automático, que mais tarde veio a aparecer no projeto Mauser.
oseph Nickl, um austríaco, empregado da fábrica Oberndorf, recebeu a responsabilidade de redesenhar o tipo de ação das pistolas Mauser C96, tendo seus projetos patenteados em 1930 na Alemanha, e em 1933 nos EUA – US Patent #2,058,746, K. Westinger, “Quick Firing Pistol”, February 16, 1933. O resultado externo da arma é semelhante ao da Mauser C96 original, porém, agora com seletor de tiro automático do lado esquerdo do corpo da arma. O sistema de alimentação original, um “clip” de 10 munições inserido na parte de cima da arma, foi trocado por um carregador com a capacidade de 10 ou 20 munições, destacável. Assim como todas as Mauser’s “Broomhandle”, suas variações com seletor de tiros foi vendida com seu característico coldre de madeira, que podia ser encaixado na parte de trás da arma se tornando então uma coronha.
Algumas das armas projetadas por Nickl apresentaram problemas de funcionamento, sendo que foram produzidas apenas 4.000 exemplares, o que levou a Mauser a reprojetar os mecanismos da arma, sendo necessário uma mudança de responsabilidade para Karl Westinger. Desta vez a companhia obteve sucesso total, e produziu a arma de 1931 a 1938, e produziu cerca de 98.000 armas. A diferença mais clara deste modelo pros demais era o seletor de tiro externo e circular.
Embora o modelo em 7,62x25mm Tokarev nunca tenha atingido tanto sucesso entre os militares e forças policiais, ela foi sem dúvida um sucesso comercial, principalmente na China e na Espanha. Algumas forças policiais e militares, de cerca de uma dúzia de países, adquiriu para suas forças esta pistola durante os anos 30, e dentre eles o Brasil.
Ela não foi oficialmente adotada pelo nosso Exército, mas sim por forças policiais, como a PMDF (Polícia Militar do Distrito Federal), que comprou 500 exemplares da arma. Todas as pistolas eram do modelo automático com carregador destacável de 10 munições e foram mais tarde doadas para a PMERJ. As pistolas são chamadas de PASAM (Pistolas Automáticas e Semi-Automáticas Mauser), ou, PASAM a Mauser C96 Brasileira.
Mas nós, como provavelmente todos os outros países, vimos que a capacidade de tiro automático não tinha, no final das contas, muito efeito. Com uma cadência de 850-900 tiros por minuto, os carregadores eram esvaziados em literalmente menos de 1 segundo (!!!!), e não havia controle da arma quando disparada desta forma, mesmo usando o coldre/coronha.
Em 1970, uma solução paliativa foi tomada pela PMERJ, com a ajuda do armeiro Jener Damau Arroyo, um espanhol que serviu na Segunda Guerra Mundial pelo Exército Britânico. O armeiro melhorou as características de controle da arma, dando ao primeiro modelo modificado o nome de Modelo 1 (Mod. 1), deste modelo foram alteradas 101 das 500 armas que começaram a contar com uma chapa de metal soldada na parte da frente do carregador e se estendia até o final do cano, e logo abaixo da boca do cano, uma empunhadura de metal para segurar a pistola e ter um melhor controle nos disparos.
O modelo 2 teve o envolvimento de 89 pistolas e possuía uma chapa de metal similar a do Modelo 1, porém, o “pistol grip” tinha talas de madeira e um formato diferente. A coronha foi refeita, e desta vez uma haste tubular, de 32cm, foi fixada ao corpo da arma. Em ambos os modelos, é claro, não houve modificações no cano, ele permaneceu solto, para que pudesse fazer seu pequeno recuo durante os disparos. Das 500 armas então, 190 foram modificadas, 101 no Modelo 1 e 89 no Modelo 2 e não houve qualquer modificação em 310 armas. Todos os 3 modelos continuaram a ser usados pela PMERJ até serem trocadas por revólveres de fabricação local.”
Este artigo foi originalmente escrito por Ronaldo Olive na Revista “Combat Handgun”, em 1980, foi então repostado no site “Forgoten Weapons” de onde foi traduzido por mim e postado aqui.